Um alentejano, deitado a cumprir mais uma sesta, tinha a seu lado o fiel e amigo seguidor, o cão. Ao passar pelas redondezas, e respirando o ar daquela tarde, um jovem Lisboeta, ao avistar o homem à sombra do chaparro, decidiu meter conversa:
- Boa tarde.
- Boa Tardiiii. - retorquiu o alentejano.
- Está-se bem aqui, não está? - Pergunta o jovem, enquanto passa os olhos pelo cão, que dormitava ao lado do dono.
- Esta-si? Nã sei-i, diga-mi o senhori...
- Agora reparo, o senhor têm aí um cão tão magro, tem aspecto de passar fome o pobre animal...
- Nã... este cão é muito comilão... - retorquiu o Alentejano.
- Comilão?!? Coitado do bicho! Tem essas costelas todas à mostra, deve ter o estômago colado às costas, é o que é...
- Nada disso, homi... já lhe dissi que o animali, é muito comilão...
- Não pode ser! Já viu bem como ele tá magro? Olhe bem pra ele. - Retorquiu o jovem.
- Tou-lhe dizêndoooo... o bicho come que sa fartã... Eu é que nã lhe dou...
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